segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Basílio Teles


Fig: Basílio Teles: Grande figura do Partido Republicano
In:cvc.instituto-camoes.pt


Basílio Teles nasceu no Porto, na freguesia de Massarelos, a 14 de Fevereiro de 1856.
Após a conclusão dos estudos preparatórios, ingressou na Academia Politécnica e, em 1875, na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, instituição que abandonou devido a eventuais conflitos com o mestre Antunes Lemos e com o mestre Vicente Urbino de Freitas.
Após o abandono dos estudos universitários ministrou, no ensino liceal, as disciplinas de Literatura, Filosofia e Ciências Naturais e colaborou em jornais políticos e literários, nomeadamente no Intransigente.
De seguida, envolveu-se nas discussões políticas do tempo. Filiou-se no Partido Republicano, cooperou em jornais republicanos, do Porto e de Lisboa, integrou o Clube de Propaganda Democrática do Norte e o Directório do Partido Republicano (de 1897 a 1899 e de 1909 a 1911) e envolveu-se na Revolta de 31 de Janeiro de 1891, ou seja na primeira tentativa de derrube da monarquia. Tudo isto, conduziu-o ao exílio e motivou a escrita Do Ultimatum ao 31 de Janeiro, uma obra patriótica e exaltadora dos ideais republicanos.
Na sequência da concessão de uma amnistia, regressou ao país, deixando definitivamente a vida política activa, sem, no entanto, renunciar aos ideais democráticos.
Aquando da formação do Governo Republicano de 1910 recusou assumir a Pasta das Finanças. No entanto, enviou a Teófilo Braga uma revolucionária proposta governativa.

Em 1911 publicou Ditaduras, uma obra onde compilou os artigos publicados no diário portuense "A Voz Pública.
Em 1912, depois da queda do governo de Augusto Vasconcelos, foi convidado pelo presidente da República a organizar um ministério, mas uma vez mais declinou o convite, alegando motivos de saúde, e aconselhando a entrega da chefia do ministério a Afonso Costa.

Durante a I Guerra Mundial editou diversas obras sobre o conflito ou inspirados por ele (Na Flandres, O nó dos Balcãs, A França e a guerra de 70, A situação militar europeia, A Inglaterra pacifista, O Imperialismo germânico, entre outros).
A 15 de Maio de 1915 rejeitou mais um cargo político, desta vez a Pasta da Guerra.
Vivia para escrever e estudar. E, numa atitude de cidadania activa, não deixou de apontar os defeitos que encontrava no instável regime republicano que sempre defendera.
Era um homem respeitado e admirado nos círculos intelectuais e políticos, apesar de ser um solitário..
Basílio Teles foi uma reputada figura do seu tempo, o que se deveu à intervenção política, à actividade de publicista crítico da Iª República (1910-1926) e, também, às reflexões económicas, sociais, políticas, históricas e filosóficas.
Da sua obra escrita podem destacar-se: O Problema Agrícola (1899), Estudos Históricos e Económicos (1901), Introdução do Problema do Trabalho Nacional (1902), Figuras Portuenses - livro resgatado do esquecimento pela sua viúva Teles e publicado em 1961 - e Memórias Políticas (obra póstuma, publicada em 1969, com introdução de Costa Dias).
Carina Júlio
9º A Esc. Secundária Monte Caparica

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